Serviços Logísticos para aumentar a competitividade

No seu livro, Eu e a Sony, Akio Morita conta que um americano e um japonês estavam caçando, quando aparece um leão. De imediato o japonês tira sua bota de safari e calça um sapato tênis. O americano vendo aquele fato começou a caçoar do japonês perguntando: Você pensa que vai correr mais do que o leão?

O japonês respondeu: Não quero correr mais que o leão, quero correr mais do que você.

“Sobrevivência do mais apto”. Se pudéssemos sintetizar a mensagem acima, seria esta frase.

No cenário empresarial contemporâneo, só irá sobreviver aquela empresa dominada de pessoas com visão empresarial. Estamos vivendo a era da velocidade e da profissionalização. Velocidade no sentido de se adequar às mudanças do ambiente. Profissionalização no sentido da capacitação de pessoas para atender as exigências do mercado.

Ao falarmos de nível de profissionalização, nenhum é mais importante do que o esforço voltado para a melhoria da qualidade nos serviços logísticos, principalmente no atendimento aos clientes. As empresas que quiserem sobreviver terão que desenvolver uma estratégia de serviço e atendimento competente e uniforme, que transmita ao cliente uma imagem de valor e partir na frente das demais.

Atualmente, o profissional de logística tem como tarefa primordial colocar em prática a estratégia de atrair o cliente, torná-lo fiel e expandir negócios com ele, estabelecendo vínculos duradouros e lucrativos. Desde o tempo dos conquistadores Vikings, nunca houve uma procura tão obstinada, como a que ora presenciamos, pelo objetivo desafiador da “vantagem competitiva sustentável”.

Então, nesse clima econômico rigoroso contemporâneo, os negócios priorizam as estratégias que criam lealdade de longo prazo entre empresa e cliente. O reconhecimento de que o bom relacionamento com o cliente é a chave para os lucros a longo prazo, trouxe consigo a compreensão da importância crucial da prestação de serviço cada vez melhor. Por conta da atual realidade mercadológica, em que os clientes enxergam pouca diferença entre as características físicas ou funcionais dos produtos, é através dos serviços prestados que cada empresa faz a sua diferença.

Ao mesmo tempo, estamos aprendendo que um serviço eficaz ao cliente não se consegue somente através de empregados motivados, embora isto seja um pré-requisito, mas através de sistemas que permitam uma “entrega” consistente do chamado Pacote de Serviços.

Para obter vantagens competitivas, as empresas devem agregar valores, através da gestão dos serviços logísticos, seja pela implementação do pensamento estratégico, seja criando diferenciais pelo atendimento. Portanto, as organizações devem encarar a gestão dos serviços logísticos como parte fundamental de sua estratégia.

A realidade contemporânea da economia internacional, não mais permitirá que as empresas de qualquer setor, busquem ocultar sua falta de produtividade através dos ganhos financeiros especulativos. A globalização da economia criou as necessidades citadas: das empresas estarem aptas a produzir produtos e prestar serviços com qualidade, de forma a satisfazerem a nova classe de consumidores emergentes, se tornando capazes de competir globalmente.

Hoje, os dirigentes da empresa precisam compreender os fatos políticos, tecnológicos, econômicos e sociais que ocorrem não só no Brasil, como também no mundo e a sua repercussão na economia mundial. A convergência de interesses cada vez maiores entre nações e a dependência, também crescente entre elas, levam à necessidade de os executivos estarem devidamente informados, para além de captar, compreenderem o que ocorre cotidianamente por todo o planeta; realidades mundiais que iniciam há alguns anos e projetam-se para o futuro.

Aqueles empresários, infelizmente poucos, que estavam atentos e conseguiram captar as grandes tendências, estão hoje num patamar superior e as suas empresas são líderes de mercado, basicamente por possuírem QUALIDADE E PRODUTIVIDADE e em consequência COMPETITIVIDADE.

Prepara seus colaboradores para ajudar no desenvolvimento da organização é uma das principais responsabilidades dos empresários, principalmente aqueles de pequeno porte. Para ajuda-los nesse papel surgiu a PME Academy, onde de forma rápida e com pequeno investimento, as empresas podem se prepara para o futuro, repleto de mudanças rápidas.

Logística no Brasil

Um dos grandes gargalos que precisa ser superado para o plano de desenvolvimento do Brasil é a questão logística. Apesar da importância da movimentação e armazenagem de bens e informações, o setor ainda vive um atraso que acaba encarecendo os custos dos produtos. Durante uma palestra em João Pessoa, conversamos sobre os desafios da logística em busca da excelência, especialmente no Nordeste. O maior problema do setor é a falta de mão de obra capacitada, o que está colaborando para que grandes empresas tragam do exterior seus gestores. Na comparação com outros países “estamos atrasados 30 anos”.

A seguir alguns tópicos abordados na palestra e que vale uma reflexão:

Por que a logística é tão importante para destravar o desenvolvimento do Brasil?

Onde houver movimento e armazenagem de bens e informações, nós temos a logística presente. Então a logística hoje, começa dentro do ambiente domiciliar até as grandes corporações. Infelizmente, o pessoal tem aquela ideia que logística é só a entrega de produto ao cliente. Hoje, o problema é a cadeia de suprimentos como um todo. Do fornecedor em uma ponta até o cliente na outra. É isso que temos que gerenciar.

É possível gerenciar com excelência a logística?

É possível, desde que haja mão de obra capacitada. A falta de pessoal capacitado é um dos grandes calos hoje, principalmente na área de Gestão. Temos muita mão de obra operacional. Grandes organizações estão se instalando na Região Nordeste. Na fronteira entre a Paraíba e Pernambuco temos a JEEP, a Fábrica Brasileira de Vidros Planos e as fábricas de cimento com muita mão de obra operacional, mas os gestores estão vindo de fora, e com isso, estão tirando o emprego do pessoal do nordeste.  Pura falta de capacitação. Por isso as universidades estão correndo atrás para tirar o prejuízo, oferecendo cursos de MBA em Logística e treinamento e agora a PME Academy com cursos de excelência para os gestores.

E a infraestrutura? O que precisa ser feito pelo Poder Público?

Na área da infraestrutura, precisa ser feito algo principalmente em relação à infraestrutura externa. Existem dois lados, a infraestrutura interna – os empresários estão se mexendo, mas ainda muito devagar, e a infraestrutura externa. Por exemplo, nós temos área marítima e não se usa a cabotagem ( transporte marítimo ao longo da costa de um mesmo país), o que reduziria os custos de frete tremendamente. Usa-se a cabotagem, em apenas 3% do transporte logístico no Brasil. Para o que se vê lá fora é nada. Hoje, o que predomina é o transporte rodoviário tremendamente oneroso devido principalmente as más condições das estradas, aumentando muito o tempo de entrega de produtos. Outro gargalo é a questão ferroviária. A Transnordestina está aí parada. Temos um país de dimensão continental e sabemos que o ideal seria uma integração através de ferrovias. Se a gente consegue integrar, os produtos chegarão ao seu destino muito mais baratos.. Temos que fazer planejamento em longo prazo, 15, 20 anos. Se a gente fizer isso e conseguir a integração, ninguém segura este país.

Pesquisa recentes feita pela ANELOG (Associação Nordestina de Logística), verifica-se que o custo da cadeia logística representa em média 30% do faturamento das empresas. Quando a gente começa a comparar com o próprio Brasil as regiões Sul e Sudeste, já cai para metade, em torno dos 15%. Quando a comparação é feita com os Estados Unidos cai para 10%, na União Europeia e nos Tigres Asiáticos 9%. Ou a gente aumenta nossa eficiência ou vai ser engolido, principalmente pelas empresas que estão chegando aqui já com uma estrutura interna excelente, mas que terão os mesmos percalços que barram a estrutura externa.

O que é mais urgente para se chegar à excelência na logística brasileira?

Em um país de dimensão continental como o Brasil, construir ferrovias para integrar com outros meios de distribuição principalmente com os modais rodoviários, seria uma solução. A integração é fundamental. É o que a gente chama de multimodalidade. Outra alternativa será a preparação urgente da mão de obra gestora, para tomada de decisões em tempo real baseado em fatos e dados concretos. Neste último a PME Academy, com cursos e outras soluções de capacitação disponíveis online, a um valor de investimento extremamente acessivel, se apresenta como uma alternativa ágil.

O que é Logística ?

Atualmente um dos setores que mais cresce no Brasil é o de logística. Hoje, ela representa em torno de 12% do PIB nacional. Várias empresas dessa área já se instalaram no país, incluindo empresas de outros países. A grande pergunta é: Como as empresas brasileiras podem se tornar competitivas enfrentado a concorrência de multinacionais em um mercado que se expande e se torna cada vez mais necessário na nossa economia? Para entender melhor, primeiramente se faz necessário definir o conceito de Logística.

Logística é todo o processo de movimentação e armazenagem de bens e dados que envolve toda a atividade de planejamento e de informações e controle desde o fornecedor primário até o consumidor final, de modo a atender as necessidades do cliente com o menor custo total. Podemos resumir de forma mais prática, dizendo que onde houver movimentação de bens, armazenagem e informações, existe a Logística.

Muita gente pergunta, então, a Logística vai além de, simplesmente, transportar produtos?

Muito mais do que isso, antigamente, a visão era essa. A Logística vai desde a aquisição dos insumos até a entrega do produto acabado ao consumidor final. Essa nova forma, é denominada de Supply Chain (Cadeia de Suprimentos). A Cadeia de Suprimentos envolve todo mundo que está na cadeia de valor do mercado. Exemplo: você tem uma fábrica de jeans, para ela fabricar o jeans, ela vai ter que comprar o tecido na tecelagem, a tecelagem para fazer o tecido, tem que comprar o fio, a fiação para fazer o fio precisa comprar algodão da agroindústria, então, formou-se a cadeia de suprimentos, a primeira cadeia. E para levar o produto ao consumidor pode ser via atacado, varejo ou até mesmo através de “sacoleiras”, até que ele chegue ao consumidor final. O seu gerenciamento é conhecido como SCM (Supply Chain Management).

O grande desafio hoje é gerenciar bem a empresa. Na prática, o que a gente gerencia são informações. Eu sempre defino que gerenciar é transformar informações em ações; eu preciso de informações de mercado, de consumo, de preço, do tempo que o fornecedor leva para me suprir com o material, então, a partir dessas informações, eu gerencio minha empresa e adapto-a para essa realidade.

Infelizmente no Brasil estamos muito atrasados em termos de uso das melhores práticas de gestão, o que tira a competitividade das nossas empresas. Para se ter uma ideia, enquanto na Região Nordeste os custos logísticos representam em média 30% do faturamento das empresas, no Sul e Sudeste, eles representam 15%. Se compararmos com os Estados Unidos, esse custo vai para 12%, e na União Europeia e nos Tigres Asiáticos representam 11% nos custos do faturamento das empresas. Os números por si só mostram como temos de melhorar para ser mais competitivo.

Percebe-se que o setor enfrenta grandes problemas tais como:

– Falta de mão de obra especializada;

– Péssima infraestrutura;

– Baixa produtividade nos processos internos;

– Má gestão.

Muitos empresários investem em Logística sem entender como funciona, simplesmente porque acham que está na moda investir no setor.

Chegou a hora de se preparar para enfrentar os novos desafios que o mercado está nos impondo. Boa sorte!