O Design Thinking, um caminho para desenvolvimento de soluções inovadoras para os problemas humanos, muito antes de ser um método estruturado, um processo linear com práticas e ferramentas bem definidas, deve ser entendido como uma abordagem.
Nessa abordagem ocorrem dois movimentos que se sucedem, a partir de pensamentos divergentes e convergentes. Pelo pensamento divergente há a investigação do problema, com a imersão na realidade do cliente, e a geração de ideias de solução, com exploração da criatividade para a inovação. Pelo pensamento convergente há a compreensão do problema investigado, com o esclarecimento do desafio a ser superado, e a validação da inovação, com o teste da solução por clientes do segmento alvo.
A essa jornada de descoberta do problema, definição do desafio, desenvolvimento de possíveis soluções e distribuição da inovação ao mercado, em movimentos divergentes e convergentes que se sucedem em dois estágios, se denomina e representa como uma abordagem de duplo diamante.
Como um modelo semiestruturado para inovação, e não um método fechado, naturalmente surgiram abordagens distintas indo de 3 a 7 etapas, agrupadas em fases ou não. A abordagem estabelecida e difundida pela IDEO, empresa americana de design que tem como fundador David Kelley um dos principais difusores do Design Thinking, juntamente com o ex-CEO e executivo da empresa Tim Brown, passa por 3 fases: Inspiração, Ideação e Implementação.
Cada fase tem objetivos específicos. Na fase de Inspiração o que se busca é identificar e explorar necessidades dos clientes no segmento alvo e suas dores. A fase de Ideação avança pela geração, desenvolvimento e testagem de ideias de solução para o problema encontrado. E a fase de Implementação conclui a abordagem com a validação da solução inovadora junto a uma amostra de clientes-alvo.
Essas 3 fases são desenvolvidas em 5 etapas que se sucedem e sobrepõe, onde a cada etapa há um trabalho a ser feito:
Empatizar – Imergir no problema a resolver, entendendo o desafio a superar pela exploração das dores dos clientes e descoberta de necessidades não atendidas
Definir – Focalizar o cliente e a solução a ser desenvolvida, reconhecendo as personas a serem atendidas e organizando suas necessidades
Idealizar – Gerar ideias de solução para o problema, superando o desafio e eventuais restrições tecnológicas e econômicas
Prototipar – Confirmar que a solução idealizada funciona, com o desenvolvimento de um modelo tangível que possa ser validado
Testar – Colocar à prova a desejabilidade da solução, investigando sua adoção junto a uma amostra de clientes no mercado alvo
Design Thinkers compreendem que a jornada da inovação não é um caminho linear. Há etapas a vencer, uma após a outra, mas essas se sobrepõe sendo percorridas com avanços e recuos que geram aprendizado e soluções melhores.
Alguns aspectos são fundamentais na abordagem do Design Thinking, diversidade e multidisciplinaridade do time de inovação, imersão na realidade do cliente que é trazido para o centro do processo de inovação, e abertura à adoção de práticas e ferramentas que o time considerar oportunos a cada etapa.