Fazendo gestão de estoque pela classificação ABC

Observando-se o sistema de gestão das PME’s brasileiras, é muito comum verificarmos que muitas empresas não realizam adequadamente a sua gestão de estoque. Tal fato implica em imobilização alta do seu capital de giro, comprometendo na maioria das vezes o desempenho da organização.

Nos dias atuais, é fundamental que as empresas adequem os seus estoques à disponibilidade do seu capital de giro, para isso é fundamental dimensionar os níveis de estoque. Seria bastante trabalhoso e antieconômico controlar os vários itens em estoque de uma empresa com o mesmo rigor. Algumas empresas têm em estoque até 40.000 itens diferentes e que também devem ser controlados diferentemente.

Ferramenta para gestão de estoque

Uma das ferramentas mais utilizadas para o gerenciamento dos estoques é a conhecida classificação ABC, cujo princípio é o estabelecimento de prioridades. Esse método, desenvolvido pelo economista, sociólogo e engenheiro italiano Vilfredo Pareto, em 1897, e utilizado inicialmente para caracterizar a distribuição de renda entre a população, foi adaptado e vem sendo utilizado no gerenciamento das organizações, e principalmente no gerenciamento dos estoques com o nome de classificação ABC, permitindo identificar itens que justificam atenção e tratamento diferenciados. O termo ABC em estoques significa ordem de prioridade dos materiais estocados. Essa classificação permite separar os diversos materiais em 3 classes, levando em consideração o valor de consumo (Vc = Cm x P), onde: Vc = Valor de Consumo, Cm = Consumo médio mensal e P = Preço médio unitário. Chama-se materiais Classe A aqueles mais importantes e que devem ser controlados rigorosamente pela administração. Na prática, pode-se constatar que os itens da Classe A, representam apenas entre 8% e 10% da quantidade dos itens em estoque, representando em valor de consumo, de 70% a 75% do valor total de consumo de todos os itens do estoque. Os itens Classe B, representam o grupo de itens em situação intermediária entre as Classes A e C. Geralmente, os itens da Classe B representam de 25% a 30% dos itens em estoque, porém de 20% a 25% do valor total de consumo desse estoque. Os itens Classe C representam os itens de menor valor de consumo, que merecem menos rigor no controle por parte da Administração da empresa. Esses itens, geralmente representam entre 60% e 67% da quantidade de itens totais estocados, representando em valor de consumo, apenas 5% do valor total de consumo desse estoque. A constatação principal da classificação ABC é que devem ser tratados de uma maneira diferenciada os diferentes itens de um estoque. Utiliza-se a classificação ABC para:

a) delegação de poder, por exemplo: itens da Classe A, sua compra deverá ser autorizada apenas pela gerência; itens da Classe B, sua compra poderá ser autorizada pelas chefias; e os itens da Classe C, sua compra poderá ser autorizada pelos encarregados.

b) estabelecer períodos de inventário, por exemplo: Itens da Classe A, os inventários devem ser feitos mensalmente; Itens da Classe B os inventários devem ser feitos bimensalmente; e para os itens da Classe C os inventários devem ser feitos trimestralmente.

c) parametrizar os níveis de estoques.

Após conhecer os produtos ABC, é de fundamental importância conhecer quais são os itens C, que são imprescindíveis na empresa, de modo a reclassifica- lós. Este critério de reclassificação é conhecido com o nome de Criticidade. Neste caso, os itens da Classe C se subdividem em: X – Materiais imprescindíveis ao funcionamento da empresa, cuja falta acarreta a paralisação de uma ou mais fases operativas vitais ou envolva riscos relacionados à segurança pessoal e/ou patrimonial, não sendo possível a sua substituição por equivalente. Y – Materiais imprescindíveis ao funcionamento da empresa, cuja falta afeta uma ou mais fases operativas vitais, podendo levar à mudança de programação ou à redução de produção, ou envolva, ainda, riscos relacionados à segurança pessoal e/ou patrimonial, sendo possível a sua substituição por equivalente. Z – Materiais não imprescindíveis ao funcionamento da empresa, cuja falta não acarreta paralisação, mudança de programação ou redução de produção, nem envolva riscos relacionados à segurança pessoal e/ou patrimonial, possuindo ou não equivalente.

Fatores chaves para dimensionar itens de estoque

Conhecida a classificação ABC partimos para dimensionar os níveis de estoque. Os níveis de estoque para cada um dos materiais são estabelecidos em forma de quantidades máximas e mínimas e que são influenciados pelos fatores abaixo enumerados:

01. Históricos dos consumos/vendas (saídas);

02. Costumes dos clientes, em matéria de pedidos;

03. Tempo disponível desde a aceitação do pedido até a remessa(tempo de reposição);

04. Capacidade dos concorrentes para servir rapidamente os fregueses;

05. Perigo de que os artigos fiquem obsoletos;

06. Perigo de estragos dos artigos perecíveis;

07. Custo de aquisição dos estoques (custo de obter);

08. Custo de administração dos estoques (custo de ter);

09. Espaço disponível para estocagem;

10. Diferença de preço entre as compras de grandes ou pequenas quantidades.

Chamamos a atenção para a importância do dimensionamento dos níveis de estoque, conhecidos como: estoque mínimo, ponto de pedido e estoque máximo para que a empresa não jogue fora capital de giro, que nos tempos modernos é muito escasso.

PME Academy online, solução para profissionais de gestão e liderança nas PME

Uma boa notícia! Criamos uma solução inovadora pensando no aprimoramento de competências em gestão e liderança, para profissionais que atuam no segmento PME (Pequenas e Médias Empresas), onde agilidade, flexibilidade, aprendizado contínuo e acesso a qualquer hora de qualquer lugar são questões primordiais.

Com um serviço oferecido na modalidade online, em uma plataforma da web, definimos uma estrutura de cursos com dois objetivos que se completam:

●   Desenvolvimento de Especialistas, profissionais com profundo conhecimento sobre determinada linha temática, sua área de atuação na empresa, e

●   Desenvolvimento de Generalistas, profissionais com conhecimentos complementares a sua atividade fundamental, abrangentes e pragmáticos, em linhas temáticas acessórias a sua atuação profissional.

A solução foi desenhada por um time de especialistas em várias áreas de conhecimento, com diversificada e profunda experiência vivenciada em processos de capacitação, trabalhando com o desenvolvimento de competências profissionais e ensino, e atividades correlatas como consultoria (educativa), coaching e mentoria.

Após ampla criação e debate de ideias, considerando modelos existentes de capacitação e possibilidades de inovação, a nossa proposta foi desenhada a partir de elementos que formam o arcabouço da solução: verticais, trilhas, cursos e aulas.

Verticais constituem as áreas de conhecimento e atuação profissional associadas a uma linha temática específica como, por exemplo, estratégia, gestão da rotina, inovação, empreendedorismo, liderança, comportamento humano, logística, cadeia de suprimentos, produção, serviços, gestão de varejo, qualidade, finanças, recursos humanos (gestão de pessoas), governança corporativa, gestão de projetos, tecnologia da informação, manutenção industrial, comércio exterior, e outras.

Para cada linha vertical, objetivando as entregas, criamos trilhas de aprendizagem, partindo de uma trilha básica, seguindo para uma trilha avançada e evoluindo para uma trilha expert. As trilhas são estruturas compostas por cursos.

Cada trilha, em princípio, é formada por um conjunto de 5 cursos numa sequência de entregas que facilita a apreensão do conhecimento e a aplicabilidade das práticas abordadas. De fato, dependendo do tema em desenvolvimento, cada trilha pode variar de 3 a 7 cursos. Por definição, cada curso é desenvolvido num espaço de tempo de 1 a 2 horas.

Por sua vez, facilitando o engajamento e a aprendizagem, os cursos são entregues em aulas. As aulas, componentes básicas de entrega, são planejadas e elaboradas com uma duração de 10 a 20 minutos, com alguma flexibilidade podendo chegar a um máximo de 30 minutos.

Colocando tudo em perspectiva, visualizando o arcabouço da solução, temos verticais (linhas de conhecimento especializado), sobre as quais são formadas trilhas de aprendizagem, constituídas por um conjunto de cursos, que por sua vez são entregues em aulas curtas e objetivas.

Essa estrutura de desenvolvimento por vertical privilegia a capacitação e o aperfeiçoamento de Profissionais Especialistas, dado que cada vertical é uma linha de especialidade.

Por outro lado, essa estrutura possibilita o desenvolvimento de trilhas horizontais, ou seja, que perpassam duas ou mais verticais. Assim, fica também atendido o foco da capacitação e do aperfeiçoamento de Profissionais Generalistas.

As trilhas apresentadas na Plataforma PME Academy online são sugeridas, planejadas por especialistas que vivenciam e entendem as dificuldades e demandas do público-alvo. Contudo, também estamos abertos ao desenho de novas trilhas, seja a partir de uma nova necessidade identificada no mercado, seja por demanda de um cliente (uma pequena ou média empresa) que precisa resolver um problema específico.

Estamos atentos e disponíveis. Fale conosco, apresente suas dúvidas e necessidades, tenha certeza de que, juntos, vamos achar uma solução.

Gestão de excelência, um círculo virtuoso entre previsibilidade e competitividade

A boa prática da gestão da rotina, o dia a dia de qualquer operação, dá sustentabilidade ao negócio. Porém, sem ter um conceito objetivo do que é gestão e como agir para se ter uma gestão de excelência, tudo não passa de tentativa e erro, de resultado incerto e inconsistente.

É comum encontrar definições de gestão que vão de “obter resultados”, “garantir qualidade”, “satisfazer o cliente”, e outras declarações do tipo. Contudo essas expressões, embora corretas, simplesmente destacam desejos não explicitando o conceito de gestão. Falta aí elucidar o quê se deve buscar e como se faz isso com excelência.

O entendimento sobre o conceito de gestão passa por compreender que essa atividade é um meio para se alcançar determinados objetivos. Quais objetivos? O primeiro objetivo é previsibilidade, que significa a entrega dos resultados planejados. O segundo objetivo é competitividade, que leva a empresa ao futuro, o que exige que de tempos em tempos se obtenha ganhos de performance, como redução de custos, melhoria da qualidade e da produtividade.

E mais, esse movimento entre os objetivos deve ser realizado num círculo virtuoso, indo da entrega de previsibilidade a ganhos de competitividade, estabelecendo-se um novo patamar (superior em algum aspecto) de previsibilidade, e assim sucessivamente. Mas isso é só parte do conceito de gestão, a resposta ao “o quê” é gestão. Resta elucidar o “como”.

Uma boa prática de gestão implica compreender que o objetivo da previsibilidade só será obtido com a execução de processos bem desenhados, com suas diversas etapas alinhadas e respectivos procedimentos delineados, com visão sistêmica promovendo integração e articulação organizacional. Ainda, para se ter certeza de que há previsibilidade é necessário trabalhar com métricas de desempenho que permitem monitorar numericamente o atingimento das metas planejadas para cada processo e seus efeitos.

Por sua vez, o objetivo (dos ganhos) de competitividade será alcançado com a realização de mudanças aos processos, que podem ser implementadas por meio de melhorias incrementais ou radicais (inovações). Essas mudanças devem levar a números melhores na performance (metas) dos processos, seja em atividades localizadas ou de ponta a ponta do negócio. Isso exige método para a identificação e eliminação ou mitigação das causas de impedimento de uma performance superior.

Com essa compreensão sobre “o quê” se deve buscar e “como” se exerce uma gestão de excelência, fica fácil perceber a necessidade de se adotar as ferramentas e os métodos para colocá-la em prática. Gestão, portanto, não é um bicho de sete cabeças. A excelência, contudo, só  será alcançada com disciplina para adotar e aplicar práticas, ferramentas e métodos adequados a cada caso e contexto organizacional, e persistência para vencer as dificuldades e resistências naturais a qualquer tentativa de mudança na forma como as coisas são feitas.

Falando de estratégia, empreendedorismo, inovação e gestão

Olá! Se seu interesse são temáticas sobre estratégia, inovação, empreendedorismo e gestão, você está no lugar certo.

Sou Robin Pagano, co-fundador da PME Academy, engenheiro eletrônico de formação, com mestrado em engenharia de produção e outros cursos de aperfeiçoamento profissional. Atuo há mais de 25 anos com atividades de consultoria e educação executiva com temáticas relacionados à estratégia empresarial, inovação, empreendedorismo, qualidade, gestão e produtividade.

Na PME Academy sou o coordenador das verticais (áreas de conhecimento e atuação) estratégia, inovação e empreendedorismo, e gestão da rotina.

A partir de agora, com uma frequência média de um post por mês, estarei publicando artigos sobre temas ligados a essas verticais, bem como outras áreas correlacionadas que são de meu interesse e competência.

Na vertical estratégia falaremos de modelos e ferramentas relacionados à exploração de cenários, aspectos da cultura organizacional, formulação e execução estratégica, com foco na manutenção da organização em alto patamar de competitividade.

Na vertical inovação e empreendedorismo abordaremos definições, métodos e práticas para a condução de inovações em modelos de negócios e de produtos (bens e serviços), mesclando conhecimento clássico com novas abordagens, entendendo como sistematizar e agilizar a criação de soluções inovadoras.

Na vertical gestão da rotina trataremos de conceitos e práticas fundamentais à manutenção da sustentabilidade do negócio, com uma dinâmica de promova ganhos de produtividade e qualidade e entrega de resultados no dia a dia da operação.

A intenção é contribuir com a difusão de práticas, apresentar novas ideias, provocar reflexões, estimular a troca de experiências, enfim, tudo que possa ampliar o conhecimento nessas áreas de atuação e, assim, facilitar a obtenção de resultados consistentes.

Bom proveito!