De tempos em tempos surgem movimentos no mundo dos negócios que mudam tudo. Isso é fruto natural da evolução humana, com o surgimento de novas tecnologias que provocam mudanças em conceitos, costumes, necessidades e demandas.
Desde a primeira metade do século 18 a humanidade já passou por quatro grandes movimentos, as revoluções industriais. A primeira revolução ocorreu com o surgimento da máquina a vapor que promoveu a mecanização da indústria, com destaque para a tecelagem. A segunda revolução foi catalisada pelo advento da energia elétrica, que levou luz às cidades e bondes movidos a eletricidade, e a exploração do petróleo. A terceira revolução foi catapultada com o surgimento de computadores e robôs, alavancando a integração e automação de processos.
Estamos na 4ª Revolução Industrial, na qual avanços na internet e em informatização, e tecnologias derivadas, criaram um mundo de oportunidades para inovações em soluções para os problemas humanos. Temos a internet das coisas, a inteligência artificial, o big data, a realidade aumentada, a impressão 3D, e outras tecnologias surgindo a cada dia numa velocidade e profusão nunca antes vista.
Nessa revolução o movimento mais evidente é o do empreendedorismo, em especial o empreendedorismo de inovação. Explorando as novas tecnologias ganham espaço empreendedores dispostos a fazer a diferença, os mais audaciosos com a ambição de mudar o mundo. As ideias estão no ar, as áreas de negócios baseadas em tecnologia vão se multiplicando, rearranjando a ganhando protagonismo.
Surgiram segmentos de empresas “techs” (de technological), com modelos de negócio baseados em tecnologia digital: edtechs (no segmento de educação), fintechs (na área financeira), retailtechs (do varejo), autotechs (de mobilidade), agrotechs (no agronegócio), lawtechs (no campo jurídico), healthtechs (de saúde), insurtechs (em seguros), hrtechs (nos recursos humanos), e outras. A velocidade da criação de novos empreendimentos nessas áreas é grande, com significativa e real possibilidade de rápidos ganhos de escala.
Assim, entrou em campo com força a criação de soluções inovadoras para os problemas existentes, para o trabalho a ser feito que, facilitada por tecnologia digital, moldou um ambiente de negócios dinâmico onde inovação é um imperativo. Ou as empresas estabelecidas, incluídas aí as pequenas e médias, inovam com agilidade por conta própria, ou se associam a empreendedores para, em conjunto, estabelecerem processos de intraempreendedorismo de inovação.
Como havia previsto Mark Andreessen (fundador da Netscape, browser de internet pioneiro) nos idos dos anos 90, “o software está devorando o mundo”. Empresas com soluções digitais estão na dianteira da criação de valor econômico. E sua empresa, está dentro ou fora desse movimento? Ou aprende a surfar na onda do empreendedorismo de inovação ou, mais cedo ou mais tarde, será engolida por uma big wave, uma imensa onda com força arrasadora.