Administração de Materiais e das Compras nas PME

A complexidade cada vez maior no processo decisório de nossas empresas nos últimos anos e a necessidade da formulação de modelos científicos que permitam aos administradores sua aplicação à realidade enfrentada no dia a dia das organizações tem levado efetivamente vários estudiosos a publicarem trabalhos e livros sobre Administração de Materiais e das Compras, relegando ao passado os princípios intuitivos, casuísticos e empíricos outrora utilizados na gestão dessa importante atividade nas empresas.

A Administração dos Materiais e das compras desenvolveu-se criando novos objetivos e a partir deles, novas técnicas passaram a ser aplicadas para atingi-los, sempre buscando um aumento de eficiência no sistema produtivo como um todo, traduzido na redução dos custos operacionais e na busca da otimização da eficácia organizacional.

No meu e-Book Procuramos acompanhar as evoluções dos conceitos e técnicas da Administração dos Materiais e das compras adaptadas aos modernos conceitos de logística e gestão, tornando simples e didático o aprendizado por parte dos alunos dos cursos de graduação e especialização em Administração de Empresas, ou mesmo para os Administradores de Materiais e das compras das organizações.

Este artigo tem o intuito de mostrar a aplicabilidade dos conceitos da Administração dos Materiais e das compras de uma forma simples, porém sem esgotar ou aprofundar-se excessivamente.

O seu conteúdo não é inteiramente original, pois seu resultado deveu-se a pesquisas, consultas e críticas a todo material de outros autores que chegaram as nossas mãos, bem como do resultado de minha experiência profissional de mais de 40 anos como consultor de empresas dos diversos ramos de atividades (comerciais, industriais, serviços e de repartições do governo).

As constantes transformações estruturais que o mundo vem passando, estão provocando forte impacto nos países, nas organizações e nas pessoas. São mudanças econômicas, políticas, sociais e tecnológicas que, se não forem adequadamente tratadas, poderão conduzir ao absolutismo ou, até mesmo, à falência dos órgãos públicos estatais ou privados.

Um fato preocupante é que, na maioria das organizações, principalmente de pequeno porte, o seu corpo diretivo e gerencial ainda não despertou para o “momento atual” e adicionalmente, quase sempre reage às mudanças seja por desconhecimento, insegurança, receio de perda de poder, inércia ou porque não tem tecnologia gerencial adaptada a sua realidade.

A moderna visão da Administração Empresarial parte do enfoque sistêmico para o estudo da estrutura e funcionalidade da Empresa e do seu inter-relacionamento com o meio socioeconômico.

Dessa forma, a Empresa é analisada e estruturada tendo em vista os objetivos propostos em relação ao sistema socioeconômico e a coordenação dos insumos necessários à obtenção desses objetivos.

Segundo esta premissa a ação administrativa é determinada pela necessidade de coordenação dos insumos que compõem o Sistema empresa para que sejam atingidos os objetivos.

Esta coordenação implica necessariamente no estabelecimento de normas operacionais para as diversas atividades (meios), se autorregulando em função dos programas traçados.

Assim como todos os outros componentes do sistema, os insumos “materiais” (matérias-primas, materiais secundários…), carecem de uma coordenação específica, integrada à administração geral, de forma a permitir a racionalização de sua manipulação.

Portanto, as compras, a recepção, a estocagem e o suprimento desses materiais devem ser considerados como atividades integrantes do Sistema Empresa, e como tais, estudados e racionalizados.

A coordenação dessas atividades é que se denomina comumente de “Gestão dos Materiais e das compras”.

É indispensável ter em mente, que a área de materiais compõe apenas um dos subsistemas do complexo Sistema-Empresa, cuja eficácia depende diretamente de cada subsistema em particular e da boa coordenação dos seus inter-relacionamentos.

         O principal objetivo da Administração dos Materiais e das compras é Garantir o abastecimento da empresa ao menor custo. Isto implica em criar condições gerenciais para redução do custo material.

         Entende-se por Custo Material (CM), o somatório dos custos de aquisição (CAQ), custos de armazenamento (CAA) e preço do produto (P), ou seja:

CM = CAQ + CAA + P

Na gestão das áreas de materiais e das compras, procura-se reduzir os custos de aquisição através da adoção de estratégias de suprimentos, reduzir o custo de armazenamento através da redução dos níveis de estoque e de boas negociações para redução do preço de aquisição dos produtos.

Entre as principais estratégias adotadas pelas empresas para redução do Custo Material temos:

  • Gestão baseada na curva ABC;
  • Estoques com fornecedores (just in time);
  • Inventários permanentes;
  • Abastecimento perto do local de consumo;
  • Recusa de fornecimento em excesso;
  • Uso da tecnologia da Informação para controles e gerenciamento
  • Agilidade nas compras e recepção dos materiais
  • Desmobilização dos materiais sem giro.

Todas essas ações visam aumentar a lucratividade e a rentabilidade da empresa

A Administração de Materiais e das Compras, como toda função orgânica, não possui uma estrutura ideal nem padrão. Entretanto, certas características orgânicas são verificadas na maioria das Empresas, dentro das quais se segue um rápido comentário sobre as consideradas mais importantes.

  1. – Nas pequenas Empresas a Administração de Materiais e das Compras está sintetizada apenas na função de ALMOXARIFADO, sendo a atividade de COMPRA uma simples atribuição do seu proprietário.

         Tal fato deve-se fundamentalmente ao número reduzido de itens de estoque, baixo índice de mecanização e ao reduzido volume de produção. Em consequência as atividades de apoio resultam em simples registro e verificação de faltas, sendo na maioria dos casos, atividades desenvolvidas pela função ALMOXARIFADO.

b) – Nas Empresas de médio porte já se nota uma maior especialização nas atividades executivas da Administração de Materiais e das Compras, geralmente representada pela função de SUPRIMENTO, a qual está departamentalizada funcionalmente em duas funções auxiliares de execução: ALMOXARIFADO e COMPRAS.

Nestas as atividades de apoio são geralmente atribuições da função central de SUPRIMENTOS.

c) – Nas grandes Empresas, nota-se que a estrutura de materiais assume um enfoque logístico

A gestão moderna avalia e dimensiona os estoques em bases científicas. Assim, os níveis de estoques devem ser revistos e atualizados periodicamente acompanhando a variação da demanda e do tempo de ressuprimento. O enfoque logístico é fundamental na determinação dos níveis de estoque. A cadeia de suprimento (Supply Chain) gerencia o fluxo de materiais e informações desde a aquisição dos insumos até a entrega do produto ao cliente / consumidor.

Logística de Suprimentos como forma de gerar Competitividade

Logística de Suprimentos como forma de gerar competitividade

As constantes transformações estruturais que o mundo vem passando estão provocando forte impacto nos países, nas organizações e nas pessoas. São mudanças econômicas, políticas, sociais e tecnológicas que, se não forem adequadamente tratadas, poderão conduzir ao absolutismo ou, até mesmo, à falência dos órgãos públicos estatais ou privados.

Um fato preocupante é que, na maioria das organizações, principalmente de pequeno e médio porte, o seu corpo diretivo e gerencial ainda não despertou para o “momento atual” e, adicionalmente, quase sempre reage às mudanças, seja por desconhecimento, insegurança, receio de perda de poder, inércia ou porque não tem tecnologia gerencial adaptada à sua realidade. A moderna visão da administração empresarial parte do enfoque sistêmico para o estudo da estrutura e da funcionalidade da empresa e do seu inter-relacionamento com o meio socioeconômico.

Dessa forma, a empresa é analisada e estruturada tendo em vista os objetivos propostos em relação ao sistema socioeconômico e à coordenação de insumos necessários à obtenção desses objetivos. Segundo esta premissa, a ação administrativa é determinada pela necessidade de coordenação dos insumos que compõem o sistema-empresa para que sejam atingidos os objetivos. Essa coordenação implica necessariamente no estabelecimento de normas operacionais para as diversas atividades (meios), autorregulando-se em função dos programas traçados.

Assim como todos os outros componentes do sistema, os insumos “materiais” (matérias-primas, materiais secundários) carecem de uma coordenação específica, integrada a administração geral, de forma a permitir racionalização de sua manipulação. Portanto, as compras, a recepção, estocagem e o suprimento desses materiais devem ser considerados como atividades integrantes do sistema da empresa, e como tais, estudadas e racionalizadas. É indispensável ter em mente, que a logística de suprimentos compõe apenas um dos subsistemas do complexo sistema-empresa, cuja eficácia depende diretamente de cada subsistema em particular e da boa coordenação de seus inter-relacionamentos.

O principal objetivo da Logística de Suprimentos é garantir o abastecimento da empresa ao menor custo. Isto implica em criar condições gerenciais para redução do custo material. Na gestão das compras, procura-se reduzir os custos da aquisição através da adoção de estratégias de suprimentos, reduzindo o custo de armazenamento através da redução dos níveis de estoque e de boas negociações com os fornecedores para a redução do preço de aquisição dos produtos.

É preciso lembrar que pelo setor de compras flui grande parte do capital de giro de uma empresa, sendo, portanto, compreensível que a tendência seja para racionalizar sempre mais essa importante atividade de apoio. “Melhores compras resultam em maiores lucros para a empresa”.

Assim é que a Logística de Suprimentos, através da sua atividade compras é tão importante para empresa como são as atividades de produção e venda. O objetivo básico da compra reside em se alcançar um bom preço, todavia, o preço baixo não há de ser o único ponto a ser considerado quando se compra. Outros fatores, tais como a qualidade, prazos de entrega, condições de pagamento, garantias e assistência técnica devem ser observados quando da realização de um compra. Os objetivos das compras devem estar alinhados com os objetivos gerais da empresa. Muitas vezes “uma boa compra” ameaça a estrutura financeira da empresa, pois o excesso de recursos imobilizados implica da redução de seu capital de giro e compromete a rentabilidade. Tudo o que for comprado deve ter as seguintes características: ter a qualidade especificada; ser entregue no prazo pedido; ter um preço justo; ser vendável; ter rápida reposição de estoque (rotatividade); ter um preço que possibilite a venda com uma certa margem de lucro (lucratividade); não dar reclamações por parte do cliente/consumidor. Do que foi dito acima, pode-se ver a importância de uma administração planejada das compras, pois compras mal feitas trazem complicações na manutenção, no funcionamento das vendas e na expansão da empresa.

Na atualidade, a função Compras é vista como parte do processo logístico (Supply Chain). Portanto, uma boa administração das compras tem os seguintes objetivos: eliminar erros nas compras de material, suprimentos, máquinas e mercadorias; eliminar perdas de material; evitar interrupções no processo de produção; manter um estoque a baixo preço sem comprometer a qualidade; comprar a mercadoria certa para cada tipo de cliente (pra quem comprar?); comprar a mercadoria que oferece a melhor margem e/ou maior rotatividade, proporcionando uma boa rentabilidade no ato de vender.

Um dos problemas existentes na atividade de Suprimentos é o de garantir fontes de confiança para o fornecimento de matéria-prima e de outros materiais. O conhecimento, por parte da empresa, de seus fornecedores, é condição primordial para um bom desenvolvimento das atividades de compra. Um bom fornecedor entregará a quantidade solicitada no tempo prometido, no preço combinado e com qualidade satisfatória. Em resumo, em uma empresa moderna e bem dirigida, a responsabilidade pelas compras acha-se claramente assinalada, e há planos e diretrizes pré-estabelecidos, de modo a garantir a melhor utilização possível dos fundos que lhe são destinados.

Qualquer atividade no comércio e na indústria é desenvolvida e concentrada basicamente em quatro variáveis de atividades: maior margem sobre os custos das mercadorias; o aumento das vendas; a diminuição dos excessos de estoque; e a redução das despesas operacionais. no entanto, as operações de compras podem ser sistematizadas, através de passos bem-definidos, conforme a descrição a seguir:

Para quem comprar?

Deve existir uma definição do segmento de mercado ou do tipo de cliente para quem nós vamos comprar.

O que comprar?

Há compras de simples reposição de estoque (básico) e compras de novidades (de estação e de modas).

De quem comprar?

Todo fornecedor merece seu crédito, mas não custa fazer um pequeno estudo de verificação de sua capacidade técnica. Todo fornecedor deve ser capaz de suprir o material e/ou matéria-prima desejados na qualidade exigida, dentro do prazo estipulado e conforme preço combinado. Ou seja, deve procurar as condições que possam ser as mais vantajosas para a empresa. Para isso, é conveniente manter um pequeno cadastro de fornecedores no qual conste sua razão social completa, endereço, telefone, CGC, Inscrição Estadual, contatos, artigos e mercadorias que vende. Também não custa manter uma pasta organizada sobre catálogos e boletins técnicos, sobre os artigos que os fornecedores possuem. Assim, poderemos pesquisar os artigos de que necessitamos com eficiência e rapidez.

Quando comprar?

As compras, dependendo do ramo, do tamanho, do seu grau de desenvolvimento e localização, são realizadas durante todo o ano. Mas algumas são intensamente afetadas pela moda e pela sazonalidade, e o maior esforço se concentra no inicio das estações, quando os vendedores e representantes visitam as empresas identificando as novidades. Para a indústria, ao simples indício de ponto de um novo pedido deverá ser dado início ao processo de novas compras quando da produção para o estoque. Quando da produção sob encomenda as compras devem ser realizadas em função dos pedidos em carteira ou de concorrência ganha.

Quanto comprar?

A primeira preocupação do comprador é: devo comprar maior quantidade e menor variedade, ou maior variedade e menor quantidade? Como instrumento de apoio, o comprador poderá se basear nos parâmetros mínimos e máximos. Em síntese, a operação depende da especialização do estabelecimento, da necessidade do mercado e do comportamento da concorrência, pois a situação é cada vez mais imprevisível. Enfim, levando-se em conta o alto custo do dinheiro, parece-nos mais acertado, como regra geral, não estocar em demasia, a não ser que se disponha de capital suficiente para isso (dinheiro disponível acima da necessidade de giro).

Que preço devo pagar?

Para os artigos cujos preços variam pouco, as compras devem ajustar-se estritamente às necessidades previstas e não se deve comprar mais do que a quantidade necessária, mais um pequeno excesso como margem de segurança para o caso que haja uma súbita interrupção por parte do fornecedor. Pode-se, também, comprar eletronicamente (eletronic date interchange). Essa forma de comunicação e transação liga a empresa aos seus clientes, fornecedores, transportadoras, bancos etc. Tem como principais vantagens: rapidez, segurança e precisão no fluxo de informações. Reforça o conceito de parceira, facilita a colocação de pedidos, além de reduzir significativamente os custos.